Afastamentos por depressão e ansiedade crescem 241% em dez anos no Brasil

Programas de subsídio a medicamentos são apontados como alternativa para garantir tratamento e reduzir impacto nas empresas

O número de afastamentos de trabalhadores por transtornos de saúde mental no Brasil quase triplicou em dez anos. Dados do Ministério da Previdência mostram que os casos de licenças por depressão e ansiedade passaram de 90 mil em 2015 para mais de 307 mil em 2024, o que representa um aumento de 241%.

O tratamento costuma envolver psicoterapia e uso de medicamentos, mas o custo ainda é uma barreira. Pesquisa realizada pela Doctoralia com 3,4 mil pessoas em todas as regiões do país revelou que quase 20% dos entrevistados já interromperam a terapia por não terem condições financeiras de arcar com os gastos.

Para Luiz Monteiro, presidente da Associação Brasileira das Empresas Operadoras de Planos de Medicamentos (PBMA), os programas de subsídios podem contribuir tanto para pacientes quanto para empregadores. “Os descontos podem chegar a 100% do valor do medicamento, o que garante a continuidade do tratamento e evita que milhares de brasileiros abandonem a terapia por falta de recursos”, afirmou.

Atualmente, mais de 40 mil farmácias no país participam da iniciativa. Quando o desconto não cobre todo o valor, a diferença pode ser descontada diretamente na folha de pagamento do colaborador. “O benefício não apenas apoia a saúde dos trabalhadores, mas também reduz o absenteísmo e aumenta a produtividade, gerando um ciclo positivo para todos”, completou Monteiro.

Segundo estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos por ano no mundo devido a transtornos de saúde mental, com custo aproximado de US$ 1 trilhão para a economia global.

Sobre a PBMA

A PBMA foi criada em 2011 com a missão de difundir conhecimento sobre programas de subsídio de medicamentos e estimular a adesão aos tratamentos. É formada pelas empresas ePharma, Funcional Health Tech e Vidalink. No Brasil, os planos de medicamentos podem oferecer subsídios de até 100% em remédios de referência, similares ou genéricos.

Fonte: Opoti News