A importância da assistência farmacêutica na gestão integrada da saúde populacional
Dr. Luiz Monteiro
Presidente da Associação Brasileira de Operadoras de
Planos de Medicamentos (PBMA)
A Assistência Farmacêutica é primordial para o sucesso de qualquer tipo de tratamento medicamentoso prescrito pelo médico. Por Assistência Farmacêutica entende-se o acesso aos medicamentos prescritos, a correta orientação na dispensação do medicamento e principalmente no acompanhamento do tratamento medicamentoso.
A importância da Assistência Farmacêutica se agiganta em uma gestão integrada de saúde populacional. Por gestão de saúde populacional se entende estratificar a população estudada em diferentes grupos de riscos e ofertar para esses diferentes grupos diferentes cuidados e serviços direcionados aos seus riscos e necessidades.
No entanto, o que se observa é que os cuidados e os serviços ofertados e consumidos não se integram. O grande calo são os bancos de dados que não se comunicam. Talvez aí resida o grande paradoxo da gestão da saúde: integrar os dados e, a partir disso, usar todas as ferramentas de gestão já disponíveis e que já são fartamente utilizadas por outros segmentos e setores da economia.
É importante ressaltar que esse não é um problema apenas do Brasil, mas do mundo todo. Costumo dizer que a saúde pode ser a maior beneficiária das tecnologias já disponíveis, mas ainda é o segmento que menos a utiliza. A Assistência Farmacêutica ofertada no modelo PBM (Programa de Benefício em Medicamentos) é diferente pois já nasceu integrada eletronicamente com uma extensa rede de farmácias e pode alimentar, em tempo real, bancos de dados destinados à gestão da saúde populacional.
Por exemplo, quando um paciente recebe o diagnóstico de Diabetes e uma prescrição médica, essa informação pode levar meses ou até anos para ser incluída em um modelo de gestão, mesmo sendo de suma importância para a gestão da saúde populacional. Usando o modelo PBM, ao adquirir o primeiro medicamento, essa informação automaticamente alimenta um banco de dados e inclui o usuário em um grupo de risco, além de ofertar essa informação aos gestores responsáveis por essa carteira.
No Brasil ainda padecemos do correto custeio da saúde. No campo da Assistência Farmacêutica somos, talvez, o único país entre as maiores economias do planeta, onde as pessoas pagam totalmente do bolso as despesas com medicamentos prescritos. Daí o impressionante número levantado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE que mede os gastos das famílias brasileiras, em que farmácia é o principal gasto em saúde das famílias (em torno de 90%). Ou seja, ainda não fazemos gestão, mas buscamos acesso ao custeio dos medicamentos. Na verdade, ainda não se investe adequadamente em saúde, pois o conceito é muito mais amplo, envolve prevenção, educação, nutrição, hábitos e alimentação saudável. Olhando desse ponto de vista, os investimentos não endereçam todas as necessidades.
Apesar das dificuldades e atrasos, as empresas estão buscando oferecer melhores modelos de gestão de saúde aos seus colaboradores. A saúde está se tornando um assunto estratégico e ocupando lugar no board das corporações. Empresas saudáveis são mais exitosas e produtivas. O custeio da Assistência Farmacêutica navega nessa onda. Hoje, cerca de 10% dos brasileiros que detém planos de saúde ofertados por suas empresas já têm Programas de Assistência Farmacêutica ofertados por PBMs. No campo público, também houve avanços. O Programa “Aqui tem Farmácia Popular”, do Ministério da Saúde, realizado há mais de uma década, já utilizou o modelo PBM. A expectativa é que o tema ganhe cada vez mais relevância e adesão no Brasil.
Luiz, está sempre foi tem caminho com muito sucesso
Essa é uma arma para podermos melhor adinistrar a gestão da saúde
Parabéns
Silvio Pereira