Por: Luiz Carlos Monteiro, Presidente na Associação Brasileira das Operadoras de Planos de Medicamentos (PBMA)

É como certa vez disse o cirurgião pediátrico norte-americano, C. Everett Koop: “Medicamentos não funcionam em pacientes que não os tomam”. A frase, que desafia a lógica da sintaxe, na verdade traz à tona uma problemática tão real quanto complicada: a baixa adesão a medicamentos no mundo.

A Associação Médica Americana entende o uso racional como a utilização dos medicamentos prescritos em, pelo menos, 80% dos procedimentos, observando horários, doses e tempo de tratamento. O fato é curioso, pois cresce na lista de preocupações dos profissionais da saúde na mesma medida que o uso abusivo de remédios.

A baixa adesão ao tratamento medicamentoso é responsável por 11% das internações anuais nos Estados Unidos. O problema causa ainda 125 mil mortes no país, gerando custos estimados de 100 a 300 bilhões de dólares. 

Ou seja, entender o que causa a queda de adesão por aqui, por exemplo, é, sobretudo, uma questão de economia na Saúde Pública. 

No artigo científico “Adesão à terapêutica medicamentosa: elementos para a discussão de conceitos e pressupostos adotados na literatura”, de Silvana Nair Leite e Maria da Penha Costa Vasconcellos, aponta-se os altos custos, a longevidade dos tratamentos, o número de doses diárias e a percepção do paciente sobre a própria enfermidade como os principais porquês da questão. 

Percebendo esse cenário, empresas ao redor do mundo entenderam a importância de auxiliar o colaborador a seguir seus respectivos tratamentos adequadamente, e, de acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor, quando as companhias enxergam que esse investimento de auxílio é baixo, observa-se diminuição de faltas e aumento da produtividade.

Sendo assim, num cenário de recessão econômica e quando devemos, mais do que nunca, priorizar a saúde pública, apoiar a melhoria de vida se torna uma oportunidade única. O benefício farmácia serve como orientação farmacêutica, com uso de dados e monitoramento eficiente do tratamento medicamentoso. Continuemos com a reflexão acerca do processo saúde/doença/tratamento. 

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