Descartar medicamentos incorretamente gera danos irreversíveis ao Meio Ambiente
Descartar medicamentos incorretamente gera danos irreversíveis ao Meio Ambiente
Com a energia frenética do cotidiano, é fácil entender quando e porque não damos a devida atenção ao descarte correto de nosso lixo. Tipos específicos de substâncias são comumente eliminadas de forma inadequada, como é o caso de medicamentos.
Sejam eles vencidos ou inutilizados por sobra, remédios acabam nos lixos comuns, esgotos domésticos (como pias, vasos sanitários e tanques) etc. Mas em hipótese alguma esse comportamento pode ser considerado normal.
Uma pesquisa realizada em 2019 pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha, mostrou que 77% dos brasileiros que haviam utilizado remédios nos seis meses anteriores indicaram fazer o descarte dos que sobram ou vencem pelo lixo comum ou na rede coletora de esgoto.
O problema é que esses resíduos contêm diversas substâncias químicas e, quando excretados incorretamente, oferecem risco de contaminação irreversível do solo e da atmosfera, além de prejudicar a saúde de pessoas e animais que tenham acesso aos aterros para onde foram direcionados.
A contaminação dos animais e do homem, pelos resíduos, pode acontecer por via oral, respiratória ou cutânea. Além disso, os animais são fonte de alimentos aos humanos, o que pode representar uma outra fonte de risco.
Contaminação
Em caso da eliminação pelo lixo simples, o problema ocorre porque o chorume dissolve, coleta as substâncias dos remédios e, com elas, pode acabar atingindo o lençol freático.
Até mesmo em cidades que tenham usinas de tratamento, por exemplo, despejar medicamentos líquidos no ralo ou em vasos sanitários pode contaminar solo, águas, e até mesmo jogar metano na atmosfera, pois os sistemas de ainda não dão conta de tratar e eliminar algumas substâncias.
De acordo com o Programa Descarte Consciente, cada quilograma de medicamento descartado incorretamente pode acabar contaminando até 450 mil litros de água.
Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostrou que entre 50% e 90% de uma dosagem é excretada sem sofrer alterações e persiste no ambiente.
A pesquisa também lembra que muitos medicamentos causam impacto ambiental mesmo quando utilizados, sendo alguns de seus componentes excretados por meio de fezes e urina.
“Como exemplo de dano ao ambiente, podemos citar o estrógeno, um hormônio feminino presente nos anticoncepcionais e nos medicamentos de reposição hormonal pós- menopausa. Esse hormônio pode afetar o sistema reprodutivo de organismos aquáticos, acarretando na feminização de peixes machos que habitam ambientes contaminados”, cita o artigo.
Descarte ideal
O descarte ideal de medicamentos que venceram ou sobraram é feito em postos de saúde, a fim de se evitar as contaminações.
Estratégias como o Programa Descarte Consciente também agem em prol da solução do problema, considerado grave para o meio ambiente.
A rede de farmácias Raia Drogasil (RD) também mantém pontos de coletas que podem ser conferidos no link https://rd.com.br/mapa-de-logistica-reversa/.
Atenção: é proibido descartar seringas, agulhas e materiais cortantes, como frascos de medicamentos quebrados. Esses itens podem ser levados a uma UBS. Saiba onde encontrar no site https://conectesus-paciente.saude.gov.br/menu/home.
Fontes: