Estudo da USP mostra que medicamento é eficaz no TDAH infantil
Nos últimos dois anos, com a pandemia e o isolamento social, o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ganhou o noticiário e é uns dos assuntos mais comentados nas redes sociais, principalmente entre os jovens. Esse transtorno pode começar na infância e acompanhar a criança durante toda a vida. Mas há tratamento e a orientação é sempre consultar um médico especializado. Segundo o Ministério da Saúde, o TDAH é um transtorno neurobiológico que atinge partes do nosso cérebro e os principais sintomas são falta de atenção, desinteresse, hiperatividade (pessoa inquieta) e ainda a impulsividade.
É importante saber identificar o transtorno e fazer o tratamento correto com uma medicação segura e eficaz. O uso do medicamento metilfenidato e do treinamento parental no tratamento de crianças pré-escolares (de três a cinco anos) com TDAH foram testadas em pesquisa realizada no Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
O estudo, chamado de Mappa, aponta que, depois de oito semanas de tratamento, o metilfenidato (já empregado no tratamento de crianças e adolescentes com o transtorno) melhorou o comportamento das crianças, e reduziu a frequência e intensidade de sintomas do transtorno, como desatenção e impulsividade.
Os tratamentos foram comparados com um placebo (substância sem efeito) e uma intervenção educacional que forneceu informações sobre o desenvolvimento infantil, não relacionadas ao TDAH, e serviu como controle para os efeitos não específicos da terapia parental. O estudo foi realizado com 153 famílias e avaliou o uso de metilfenidato que já se mostrou eficaz e seguro para o tratamento de crianças escolares e adolescentes com TDAH e o treinamento parental comportamental, tem como objetivo ensinar aos pais técnicas que pretendem melhorar o manejo dos comportamentos das crianças, melhorar a relação entre eles e aumentar suas competências e autoconfiança.
O estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores do IPq, com colaborações de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do National Institute of Mental Health (Estados Unidos).