No mundo, 9 entre 10 pessoas respiram ar impróprio segundo OMS
“A poluição ambiental é o maior desafio para a saúde pública mundial”. Foi com esta frase que a diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da Organização Mundial da Saúde (OMS), María Neira, alertou o planeta para o quadro alarmante: a imensa maioria das pessoas, 9 em cada 10 delas, ainda respira ar contaminado em níveis muito perigosos para a saúde.
Os dados foram apresentados através de um relatório, lançado pela OMS às vésperas do Dia Mundial da Saúde, celebrado no último dia 7 de abril. O estudo apresentou pela primeira vez medições terrestres das concentrações médias anuais de dióxido de nitrogênio, um um gás poluente urbano com ação altamente oxidante.
E tem mais: a poluição do ar provoca sete milhões de mortes por ano, em decorrência de problemas como doenças cardíacas e câncer de pulmão. “O mais dramático é que os números se estabilizaram, e que houve progressos e esforços para frear a poluição estão em andamento”, denuncia Maíra Neira.
Ainda segundo a organização, mais de 6 mil cidades em 117 países estão monitorando a qualidade do ar, onde os residentes respiram níveis elevados de partículas finas e dióxido de nitrogênio. Algumas partículas são capazes de penetrar os pulmões e a corrente sanguínea, causando danos ao sistema cardíaco e infecções no respiratório.
Já o dióxido de nitrogênio causa doenças respiratórias, especialmente asma, aumentando hospitalizações. As maiores exposições são encontradas em países de baixa e média renda.
O que fazer
Monitorar a qualidade do ar e identificar as principais fontes de poluição do ar, para, assim, o problema possa ser solucionado na prática.
Apoiar a transição para o uso exclusivo de energia limpa doméstica para atividades como cozinhar, aquecer e iluminar faz parte das orientações da Organização. Sistemas de transportes mais sustentáveis e a criação de padrões mais rígidos para emissões e de gases tóxicos por veículos também são soluções eficientes. No Brasil, por exemplo, estamos avançando em discussões pertinentes, como o Hidrogênio Verde, ESG, dentre outras.
Ainda para a OMS, é necessário melhorar a gestão de resíduos industriais e municipais, além de reduzir a incineração de resíduos agrícolas, incêndios florestais e atividades agroflorestais como a produção de carvão.
A agência sanitária da ONU, por sua vez, solicitou esforços contra os níveis de contaminação de todos os países monitorados. Nesse contexto, a diretora da OMS destacou como “positivo” o exemplo da China, que estaria comprometido com esses esforços apesar dos altos níveis de contaminação. “Os cidadãos devem ser conscientes de que a poluição não é unicamente um problema para o planeta, mas também para sua saúde”, finalizou Maíra.
Como primeiro passo para frear essa realidade, e, consequentemente, as reações em nossos corpos, um dos primeiros passos seria promover a conservação e ampliação das áreas florestais, reservas ambientais e áreas de proteção ambiental naturais no país. Assim como estabelecer nítidos limites para os níveis de poluição emitidos, junto ao monitoramento diário e constante da qualidade do ar.
No que tange ao trânsito, incentivar a utilização de meios de transporte alternativos ao carro, e focar na implantação de sistemas de transporte coletivo que transmitam menos gases tóxicos ao ambiente urbano seriam boas saídas.
Todos esses esforços, resultados da união entre cidadãos, governos e empresariado podem começar a diminuir o quadro de poluição, especialmente em grandes centros urbanos, e trazer, aos poucos, mais qualidade de vida a nossa e a futuras gerações.